Marilha Boldt, viveu a violência doméstica durante anos da sua vida, sem ao menos saber que estava vivendo, entrou em uma depressão profunda, sem perceber.
Marilha, nasceu em Curitiba, veio de uma família tradicional de descendentes de alemães. Ao conhecer um rapaz, inteligente, com um certo conhecimento intelectual, se apaixonou pelo "príncipe", que a tratava muito bem. Após alguns meses de relacionamento com o abusador, tiveram algumas "cenas de ciúmes", que ela considerou como algo "normal", "coisas de pessoas apaixonadas". Acabou se envolvendo e se mudando para a cidade de Niterói no Rio de Janeiro.
Distante da sua família, dos seus amigos, se tornou presa fácil para o abusador, que a manipulava constantemente. Era humilhada perante amigos e parentes, pois, segundo o abusador ela não sabia fazer nada direito, recebia elogios unicamente por seus dotes culinários. Mas a todo tempo era proibida de usar tal roupa, ou era induzida a não falar com seus parentes e amigos do sul do Brasil, porque segundo ele todos eram contra o nosso relacionamento.
Dessa forma as manipulações e agressões, principalmente psicológica eram constantes. Marilha sofreu durante todo o relacionamento com todas as formas de violências (física, psicológica, moral, patrimonial e sexual).
Ao final do relacionamento, após ser traída, foi "impedida de retornar a sua residência", ficando sem ter para onde ir, já que toda a sua família é do Paraná. Desiludida, procurou ajuda na DEAM (Delegacia da Mulher) e ao pedir para fazer o Registro de Ocorrência foi impedida, à época pelo investigador que alegou o fato se tratar de "briga de marido e mulher e que logo voltaríamos". Arrasada, ela começou a procurar um local para ficar, como era estudante de Direito, conseguiu morar com uma amiga da faculdade.
Passou por inúmeras dificuldades, quando entrou no relacionamento abusivo Marilha tinha 63 kg, quando saiu do relacionamento abusivo estava com 140 kg, resultado da depressão que viveu.
Vencer cada desafio, pós relacionamento abusivo, não foi fácil, mas foi necessário, e a partir do que viveu passou a ajudar outras mulheres a superarem a violência doméstica através das Redes Sociais e através das diversas palestras que tem feito.
Hoje Marilha é advogada, palestrante, pós graduada em Processo Civil, pesquisadora do NIDH (Núcleo Interamericano de Direitos Humanos) da Faculdade Nacional de Direito (UFRJ), membro da Comissão da OAB Mulher do RJ, membro do Grupo de Trabalho de enfrentamento a violência de gênero, além do trabalho com as mulheres nas páginas sociais, como no Facebook, Instagram e Youtube.
Segue, abaixo um pequeno relato da Marilha narrando um pouco da sua história de Superação.
