Entrando numa fria.


E foi assim por alguns dias
Toda aquela dedicação,
Ele voltava cedo do trabalho
Queria causar boa impressão.
Mandava sempre lindas mensagens,
Demonstrando preocupação
“Meu amor você está bem”?
E eu sorria e me sentia amada
Era o início de uma relação
Bastante conturbada.


Três dias depois, ele disse  “amor se arruma
Vou te apresentar meus pais, e a cidade onde nasci”
Pegou dois melhores amigos
No carro entramos, e partimos para Chapada.


Um município muito pequeno, no interior do Sul.
Era janeiro e época, da festa de aniversário
Da cidade que ele nasceu,
E como comemoração CHAPADA FEST nasceu,
Mais que festa boa que nada,
Ele tão logo se enfureceu.


O pai dele como sempre, um galanteador machista
Mais o filho  já tinha me instruído, como me comportar sem deslizes
Eu segui tudo à risca, queria passar boa impressão
Mais hoje eu sinto repulsa
Por descobrir que aquele velho
Pegou na minha mão.
As mãos do senhor em questão, foram as mesmas que abusaram 
Por tempos de suas filhas, isso me causa indignação.


“Meu amor” logo me deixou de canto,
Fiquei sozinha e sem chão em uma cidade que não conhecia, um mero cidadão,


E mais uma vez ele deu sinal, da sua falta de compaixão.



Ele disse “não reclame, a vida aqui é assim,
Se quer
Ficar comigo, vai ter que se excluir,
Dizer sempre sim e amém,
Enquanto eu vejo e me divirto,
Você cuida da casa e só fala sim e amém”.


Como eu não conhecia
A cidade e ninguém mais,
Eu ficava ali quietinha, mais óbvio que eu girava,
Pois eu não conseguia entender,
Quão feio aquele homem, conseguia mostrar ser!


Eu achava aquilo muito fora do normal. Fiquei bastante triste e tentando fazê-lo entender,
Que não estava correto, a forma como ele, queria me fazer viver.
Ele sentado com os amigos, bebendo e debochando
Como sempre ele fazia
E pouco ele se esforçava
Para me fazer companhia.


A noite fomos no baile, do aniversário da cidade
E foi nossa Primeira discussão,
Ele passou a noite perseguindo
Um amigo que ele idolatrava
Eu achava surreal
Pois que homem acha normal
Deixar tua mulher sozinha
E perseguir o amigo e ainda achar sensacional?


Ele seguia o amigo, e eu tentando fazê-lo enxergar
Que o amigo dele era solteiro e tinha que aproveitar
Ao contrário dele que agora
Tinha uma mulher para cuidar!
Mais ele pouco se importava,
Ele estava enfurecido
Dizia: “tu viu o fulano?”
E todos então diziam: “não sei e nem vi, mais a Ana está aqui,
Aproveita a tua guria!


Como ele não achou o amigo
Ele ficou puto da vida
Disse “quero ir para casa”
Esse baile é uma fria
Se tu quiser ficar
Vai para a mesa dos meus pais
Vou beber meu chop em casa
Aqui não fico mais,
Já não tenho mais energia.


Eu decidir então ir
E ele foi reclamando.
Só falava no amigo, e que deveria está pegando
As mulheres todas do baile
Pois fazia bastante tempo,
Que só uma mulher ele “comia”.


Eu dizia: você está comprometido,
Me deve respeito agora
O fulano está solteiro,
E se isso for continuar
Por aqui quero encerrar
Credo em cruz ave maria!


Ele disse cala a boca
Você não sabe de nada
Ainda pega um boi comigo estar
Então fica só calada
Eu só estava a cuidar do meu amigo
Pois quando ele bebê, faz muita patifaria.


Para ele aquilo era correto
Deixar a mulher ali na festa sozinha e pouco se importar,
Foi aí que eu  entendi
Que “amor” que nada.
Eu já tinha mesmo era caído
Numa fria bem pesada.
 
 
Por Marciana Bezerra
 

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